18 de janeiro de 2014

Da Artemísia Absinthium e dos Fogos, os Fogos de Dentro



Naque hora ali, menina, chegaste já bêbada e a casa também parecia incendiada.
Naquela hora ali, menina, a geografia das suas origens sibilavam mais que os nossos sotaques.
Naquela missa de corpos presentes te confessei punhetas anteriores.
Naquela prece,rezamos lentamente pelos supostamente traídos ligados ao nosso mundo, embora
não acreditássemos que estávamos traindo quem quer que fosse.
Levius fit patientia.*
Naquela reza de joelhos o boquete dos deuses.
Naquela minha cerimônia de beija-pés, a descoberta dos seus passos além do numero que calças...
ainda guardo na memória.
Naquela tua bucetinha menstruada, o segredo de todos os amores e mares vermelhos
Naquele corpinho, mon amour meu bem ma femme, sem depilar direito.
Naquele mato o segredo, os caminhos, as veredas por onde nos levam os pêlos.
Naquele momentos a tua promessa desnecessária: mais na frente uma phoda cheirosa e sem
 pêlos teremos.
Naquela hora o fósforo riscou os pelinhos da tua buceta, depois que joguei o absinto para lambê-la.

*A resignação alivia

Texto tirando do livro Catecismo de Devoção- Xico Sá.